segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Quem são os usuários dos arquivos?

A discussão dessa semana sobre os usuários dos arquivos foi bastante interessante, os convidados fizeram valiosos relatos de suas pesquisas e contribuiram muito para a reflexão sobre esta figura tão enigmática no mundo arquivístico: os usuários dos documentos e informações constantes nos arquivos.
Iniciamos com a constatação de que os usuários dos arquivos são bem diferentes dos usuários das bibliotecas, pois enquanto estes escolhem a informação desejada de maneira direta, como nos restaurantes self service, aqueles o fazem como num de serviço à la carte. Comparações à parte, os arquivos e os arquivistas têm cada vez mais se preocupado com os serviços de informação aos usuários dos arquivos. Neste momento foi feita a leitura da definição de usuário: “pessoa física ou jurídica que consulta arquivo. Também chamada consulente, leitor ou pesquisador” do Dicionário de Terminologia Arquivística (DTA, 2005), do Arquivo Nacional. Observamos que esta definição amplia muito o conceito e não leva em conta as especificidades dos usuários dos arquivos.

Outro ponto abordado foram as necessidades informacionais dos usuários dos arquivos que variam de acordo com a idade dos documentos, ou seja, nas fases corrente/intermediária são oriundas e específicas dos produtores, enquanto que nos arquivos permanentes as pesquisas são ampliadas para a sociedade e advêm do caráter probatório, informativo e histórico dos documentos. Considera-se mais amplo o impacto das atitudes dos usuários na fase permanente. Nesta fase entram em cena os instrumentos de pesquisa que deveriam orientar os usuários, no entanto a eficiência de guias, inventários, catálogos, repertórios e índices é questionada. A elaboração de instrumentos de pesquisa especializados seria a solução? Tais questões refletem os já conhecidos problemas de gestão dos arquivos. A pouca atenção dada aos documentos em seus setores de origem é o grande entrave, o ponto crucial da arquivística contemporânea.

Um dos participantes convidados citou frase de Steve Jobs, criador da Apple, que resume bem as expectativas dos usuários: “as pessoas não sabem o que querem até você mostrar a elas”. Esta afirmação nos levou a falar sobre os problemas dos arquivos eletrônicos; das iniciativas de digitalização no Poder Judiciário, particularmente o caso do STJ e seus desdobramentos, aspectos positivos e negativos foram considerados no debate, porém paira uma incerteza quanto ao futuro do uso das tecnologias. Em relação aos arquivos eletrônicos os problemas se potencializam, principalmente nas questões de avaliação e eliminação dos documentos, uma vez que os profissionais da informática não vêm dificuldade na substituição periódica dos suportes e no acúmulo indiscriminado de tudo que se produz em meio digital, pois consideram que há espaço virtual suficiente para o armazenamento de tudo que se produz.

Em relação ao curso de Arquivologia da UnB houve uma mudança recente com a inclusão da disciplina “estudos de usuários” na grade do curso, mesmo na condição de optativa, acredita-se que foi uma inclusão significativa para o estímulo das pesquisas na área.

Este texto é somente um resumo do que foi dito, espero que outras participações (pitacos, palpites, comentários) incluam algo dito e não contemplado aqui.

Saudações Arquivístic@s!


Estiveram presentes nesta frutífera discussão: Tânia Moura, Ingrid Cordovil, Ana Carolina Amorim, Caroline Durce, Lucas Assis, Keity Cruz, Liliany Oliveira e Emillyanne. E ainda: Luis Osório Antunes, Rodrigo Calazans, Erika Menezes e Denise do Nascimento, novos integrantes do nosso grupo. Além dos convidados: Marli G. da Costa e Rodrigo F. de Ávila.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

ESTUDOS DE USUÁRIOS EM ARQUIVOS

Dando continuidade a nossa programação semanal, na próxima sexta-feira (12/11/2010), a partir das 14:00, discutiremos o texto "Estudos de usuários em arquivos: em busca de um estado da arte" de Jose Maria Jardim e Maria Odila Fonseca. E teremos convidados: Rodrigo Fortes Ávila, Arquivista, mestrando em Ciência da Informação na Faculdade de Ciências da Informação (FCI/UnB) e Marli Guedes da Costa, que defendeu recentemente uma dissertação sobre o tema também na FCI, ela é Historiadora e trabalha no Arquivo Nacional em Brasília. O convite está feito e é aberto a todos os interessados. Lembrando que as discussões acontecem no Centro de Documentação (CEDOC) da UnB que fica no Ed. Multiuso I bloco B 1º andar, no Campus Darcy Ribeiro em Brasília-DF.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

COMENTÁRIO DO FILME- ANTI-HERÓI AMERICANO

Salomão Oliveira Nunes (estágio supervisionado 1)
O filme Anti-Herói Americano, aborda a vida cotidiana de pessoas comuns que não têm uma profissão de destaque na sociedade, para isso utiliza-se de um personagem que representa essa camada social, que no caso é o David Pekar. O filme não enfatiza intensivamente a profissão de Arquivista, mas a utiliza como representante de várias profissões que não tem notabilidade na sociedade. Essas pessoas que exercem tais profissões, têm uma vida comum direcionada principalmente para a satisfação de suas necessidades básicas e algumas supérfluas, com pouca participação na vida social, como ter uma moradia, roupas, consumo de itens culturais básicos como discos e livros mas não têm um automóvel. Aborda também as questões de conflitos pessoais que fazem parte de todas as camadas sociais, como problemas na vida conjugal e familiar, doenças, solidão e outros, algo não muito explícito no padrão hollywoodiano de filmes, que freqüentemente exaltam o glamour de uma vida social elevada. Porém, o filme ressalta as questões psicológicas da pessoas modernas que não se contentam com suas dificuldades de realização e insatisfações pessoais, mas alimentam sempre a ilusão da existir uma possibilidade de se tornar alguém importante e famoso e com isso mudar o padrão financeiro e ter por um momento uma vida de celebridade. Algo importante no filme é o fato do personagem assumir uma postura mal-humorada e negativa em sua personalidade, seja em momentos bons ou ruins, o que nos leva a refletir se o que é fundamental na vida é a nossa condição financeira e pessoal ou se é necessário mudarmos a nossa mentalidade ou adotarmos aspectos positivos na nossa personalidade. O que está implícito na cena em que David pede carinhos à sua esposa recém chegada de uma viagem de assistência social em outro país e ela o repreende demonstrando-nos que as questões pessoais e sentimentais continuam importantes mas se tornam secundárias frente aos problemas humanos.
Apesar de que seja real que para termos alegria é preciso de um pouco de satisfação e algumas pequenas realizações, porém se considerarmos como absoluto o que a mídia e as concepções de vida moderna nos impõe, poderemos ter uma vida boa, abastada, e continuarmos infelizes, como o personagem, o que reforça o ideal que os verdadeiros heróis continuam sendo aqueles modelos vendidos pelos meios de comunicação, o que tem seu lado bom pois estimula as pessoas a buscarem o progresso, mas anula a vida interior que é natural ao ser humano.
O filme mostra que o ideal e mesclar os dois lados, o social e o pessoal, o socialmente valorizado e o individualmente aceito, pois o indivíduo deve ser livre para ser como os milhares de David Pekar, ou racionalizar e balancear seus conflitos e se sentir melhor na vida, ademais o filme é ótimo.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

2ª Sessão de Cinema

O Grupo Arquiveros convida a todos para participar de nossa reunião semanal nesta sexta-feira, às 08h30, no auditório do CEAM (nos encontraremos no CEDOC às 08h). Vamos assistir ao filme “O anti-herói americano”. O filme conta a história real do arquivista Cleveland Harvey Pekar, autor da HQ American Splendor.


Ficha Técnica:

Título original: American Splendor

Gênero: biografia, comédia, drama

Duração: 101 minutos

Ano de lançamento: 2003

Direção: Shari Springer Berman e Robert Pulcini


Para os mais curiosos, segue o site do filme:

http://www.warnerbrosfilmes.com.br/filmes/antiheroi/index.htm


Saudações Arquiveras,


Kissú

domingo, 24 de outubro de 2010

Sugestões para nova edição do Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística


O Grupo de Trabalho responsável pelo Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística - DIBRATE (2005) está recebendo sugestões de inclusões e alterações de verbetes, acompanhadas de justificativas.

As sugestões devem ser encaminhadas para terminologia@arquivonacional.gov.br, de 18 de outubro a 30 de novembro de 2010.