Na última sexta-feira nós falamos sobre preservação digital, sobre o impacto das novas tecnologias na maneira de criar e gerir documentos. Será que estamos preparados para as novas mídias? Será que as novas tecnologias atendem realmente nossas necessidades?
As dúvidas superam as certezas quando se trata desse assunto. Os sistemas eletrônicos e o suposto espaço infinito são grandes promessas, mas pouco se sabe quanto sua confiabilidade no que tange a segurança das informações e possíveis perdas materiais. Além disso, o bom uso de novas tecnologias depende da mudança de cultura organizacional e da adoção de Políticas de Gestão Informacional de Documentos.
Os documentos eletrônicos têm sido considerados pelos estudiosos, porém os problemas a serem considerados são amplos. Existe a questão da durabilidade dos novos suportes, da autenticidade e da confiabilidade, além de outras. Os recursos da informática ajudam, mas quando adotados por modismo ou apenas convenção podem ser um entrave ainda maior para a gestão dos documentos.
Os sistemas eletrônicos de gestão de documentos exigem atualizações que podem levar a perdas informacionais. Para as mídias digitais é recomendada a migração periódica para novos suportes. Os softwares são constantemente renovados e um documento gravado hoje em CD pode não ser lido pelos hardwares do futuro. Enfim, o papel continua sendo o mais confiável, no sentido de que sua deterioração é facilmente perceptível e não é preciso nada além do olho para leitura.
É preciso considerar sempre o “problema humano” da tecnologia, vale lembrar que são pessoas que produzem e controlam a tecnologia. Uma falha humana pode ser ainda mais prejudicial que falhas de um sistema, por exemplo. A tecnologia deve ser usada como uma das “ferramentas” auxiliares dos arquivos e não como uma solução mirabolante. A informática facilita e muito o acesso, mas não pode ser considerada uma solução definitiva para os problemas dos arquivos.
O Projeto INTERPARES e o E-ARQ são exemplos de que a Arquivística tem procurado se atualizar perante as novas demandas. Ainda temos que aprender muito sobre as novas tecnologias, porém, o mais importante é nos aliarmos com profissionais de outras áreas, pois o trabalho de arquivo é interdisciplinar e devemos usar as experiências do outro para inovar sempre e mostrar que as funções do Arquivista vão além do ato de guardar papel, que temos total competência para gerir documentos e informação e assim auxiliar diretamente na tomada de decisão das instituições.
Saudações Arquiveras,
Caroline Durce
Estiveram presentes nesta discussão: Ana Carolina, Ananda, Bruno Leonel, Caroline Durce, Emillyane, Érika Silvana, Henrique, Ingrid, Laís arruda, Leonardo Lima, Lucas Gabriel, Luiz Osório, Marcus Vinícius, Murilo Coelho, Rafael Carvalho, Rafael Rosa, Renaud Bruno, Rudney, Tânia.