quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Preservação Digital


Na última sexta-feira nós falamos sobre preservação digital, sobre o impacto das novas tecnologias na maneira de criar e gerir documentos. Será que estamos preparados para as novas mídias? Será que as novas tecnologias atendem realmente nossas necessidades?

As dúvidas superam as certezas quando se trata desse assunto. Os sistemas eletrônicos e o suposto espaço infinito são grandes promessas, mas pouco se sabe quanto sua confiabilidade no que tange a segurança das informações e possíveis perdas materiais. Além disso, o bom uso de novas tecnologias depende da mudança de cultura organizacional e da adoção de Políticas de Gestão Informacional de Documentos.

Os documentos eletrônicos têm sido considerados pelos estudiosos, porém os problemas a serem considerados são amplos. Existe a questão da durabilidade dos novos suportes, da autenticidade e da confiabilidade, além de outras. Os recursos da informática ajudam, mas quando adotados por modismo ou apenas convenção podem ser um entrave ainda maior para a gestão dos documentos.

Os sistemas eletrônicos de gestão de documentos exigem atualizações que podem levar a perdas informacionais. Para as mídias digitais é recomendada a migração periódica para novos suportes. Os softwares são constantemente renovados e um documento gravado hoje em CD pode não ser lido pelos hardwares do futuro. Enfim, o papel continua sendo o mais confiável, no sentido de que sua deterioração é facilmente perceptível e não é preciso nada além do olho para leitura.

É preciso considerar sempre o “problema humano” da tecnologia, vale lembrar que são pessoas que produzem e controlam a tecnologia. Uma falha humana pode ser ainda mais prejudicial que falhas de um sistema, por exemplo. A tecnologia deve ser usada como uma das “ferramentas” auxiliares dos arquivos e não como uma solução mirabolante. A informática facilita e muito o acesso, mas não pode ser considerada uma solução definitiva para os problemas dos arquivos.

O Projeto INTERPARES e o E-ARQ são exemplos de que a Arquivística tem procurado se atualizar perante as novas demandas. Ainda temos que aprender muito sobre as novas tecnologias, porém, o mais importante é nos aliarmos com profissionais de outras áreas, pois o trabalho de arquivo é interdisciplinar e devemos usar as experiências do outro para inovar sempre e mostrar que as funções do Arquivista vão além do ato de guardar papel, que temos total competência para gerir documentos e informação e assim auxiliar diretamente na tomada de decisão das instituições.

Saudações Arquiveras,

Caroline Durce

Estiveram presentes nesta discussão: Ana Carolina, Ananda, Bruno Leonel, Caroline Durce, Emillyane, Érika Silvana, Henrique, Ingrid, Laís arruda, Leonardo Lima, Lucas Gabriel, Luiz Osório, Marcus Vinícius, Murilo Coelho, Rafael Carvalho, Rafael Rosa, Renaud Bruno, Rudney, Tânia.

7 comentários:

  1. E...?

    O "novo" dilema que já se torna velho no âmbito da Arquivística: os documentos eletrônicos. Que arquivista já não ouviu/leu sobre o tema?

    As ações efetivas são mais raras, mas já existem; como os citados Projeto INTERPARES e o e-ARQ Brasil.

    Dois pontos a destacar no texto: "além disso, o bom uso de novas tecnologias depende da mudança de cultura organizacional e da adoção de Políticas de Gestão Informacional de Documentos."

    Parece simples, mas a solução está na próprioa mudança de postura do arquivista - parar de se preocupar com preservação e olhar para a organizção dos arquivos de primeira idade; isto posto, a preservação virá de forma automática. O foco não deve ser arquivo permanentes. Arquivista não é guardador de documentos e os arquivos são criados para servirem à adminsitração. Nenhum arquivo "nasce" para ser histórico.


    "...e devemos usar as experiências do outro para inovar sempre e mostrar que as funções do Arquivista vão além do ato de guardar papel,..."

    OUtro "detalhe" aparentemente simples. Mas que outra vez perpassa pela mudança de postura do profissional dos arquivos. Como "mostrar que as funções do Arquivisa vão além do ato de guardar papel"? A resposta é simples, clara, objetiva: trabalhando nos arquivos montados nos setores de trabalho; parando de focar preservação - esta virá de forma automática.

    Administradores não estão preocupados com papéis velhos. Isto está claro como a luz do Astro-rei.

    Luis Pereira.

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  2. Esse tema é discussão para muitos anos, mas uma necessidade eminente. O arquivista Bodê fez sua dissertação de mestrado sobre o tema "preservação digital", e ele mantém um blog sobre o assunto onde seu trabalho pode ser acessado, está no link bliblioteca, e tem o nome de "PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DIGITAIS: o papel dos formatos de arquivo" o endereço do blog é: http://preservedoc.blogspot.com/. É bem interessante para quem quiser ler mais sobre o assunto.
    O encontro de sexta foi bom, mas senti falta de alguém com mais experiência na área, para enrriquecer os assuntos, ou direcionar melhor, pois é um tema muito amplo. Mesmo assim, aprendi muito com os pensamentos dos colegas.

    Obrigada a todos.
    Abraços

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  3. Também estive nesta discussão!!!
    Acreditop que o desafio é enorme. Cabe a nós profissionais da informação buscar conhecimento e tentar sanar dúvidas e novas questões. A profissão requer constante aperfeiçoamento. Gr Abraço aos Arquiveiros, Bernardo Chacur.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. É fundamental que o mundo seja a sombra da evolução e utilizando essa metáfora pode-se comparar a arquivística com a tecnologia. Nós, arquivistas, devemos mostrar que esse profissional não vive apenas escondido atrás de pilhas de papéis como os outros pensam! Devemos mostrar que usamos e abusamos da tecnologia e trazemos isso para o nosso trabalho. Assim apóio totalmente o uso da digitalização, mas com segurança é claro!

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  6. É sem dúvida um tema que deve ser discutido até para que não se acostume a usar mídias novas e tecnologias atuais com uma confiança cega.O texto mesmo fala que Na medida em que se dá a evolução deses aparatos criados para facilitar o tratamento da informação uma evolução compatível deve haver com essa mesma informação. Deve-se ter um documento preparado, em um suṕorte adequado, para estar de acordo com as exigências das máquinas e seus softwares e vice-versa. A compatibilidade tratada é necessária mas não suficiente. Deve-se ter outros cuidados.Cuidado com a preservação dos documentos digitais e com sua dignidade, com sua veracidade, por exemplo.

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  7. Essa é uma questão que deve ser bastante debatida, pois os efeitos que ela pode causar aos arquivos, são enormes. Acredito que o tema que trata sobre as novas tecnologias perpassam as questões sobre a confiabilidade e a durabilidade que esses novos suportes podem oferecer. Acho que deve-se levar em consideração as necessidades da instituição,a demanda pelo arquivo e a questão dos recursos financeiros que serão destinados ao setor de arquivo, pois é de conhecimento de todos que se tratando em tecnologias, os investimentos deverão ser contínuos para acompanhar a evolução.

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